Pattie Boyd: a Taylor Swift ao contrário

Já faz um pouco mais de um ano que isso aconteceu:

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Pattie Boyd & Taylor Swift

para a Harper's Bazaar

Um choque, né? Elas são muito parecidas.

É bem esquisito - mas tudo bem, a ideia era caracterizar Taylor de Pattie mesmo! E ela entrevistou-a para a revista

É bem esquisito - mas tudo bem, a ideia era caracterizar Taylor de Pattie mesmo! E ela entrevistou-a para a revista

Mas enquanto Taylor Swift é aquela que faz música para os outros, Pattie Boyd era aquela que inspirava músicas. A modelo inglesa que hoje tem 75 anos foi uma das que bombaram na onda do Swinging London dos anos 1960 ao lado de Jean Shrimpton e Twiggy. E em 1966 ela casaria com George Harrison, que na época estava no auge dos Beatles! Imagina?
Só um tempinho depois, George começou a se envolver com a religiosidade hindu. Tanto que gravou Hare Krishna com uma superbanda da qual participaram Paul e Linda McCartney em 1969.

George foi se entregando cada vez mais para a vida espiritual, e Pattie, apesar de ter tido simpatia com o lance no começo e ter ido com George para a Índia, não deu conta. Ela começou a sair com Eric Clapton, que já era bem amigo de George. Pois é. Mas diz que ela até não queria no começo, foi Eric quem insistiu. Finalmente, em 1977, Harrison e Boyd se separaram. Ela se casaria com Clapton em 1979. Mas antes, George cometeu isso aqui em 1969:

Portanto, uma das músicas mais bonitas dos Beatles não é da dupla Lennon e McCartney e sim de George Harrison. E é para Pattie Boyd - mas há controversas. Guarda essa informação que depois a gente discute.
(Aliás, vendo esse vídeo, qual é a sua Beatle woman preferida? Fico entre Yoko Ono e Linda McCartney!)

A separação de Pattie e George foi superamigável. E George e Eric seguiram amigos, acredita? Tanto que em 1991 eles tocariam… Something em apresentação ao vivo no Japão. Ai, gente, que moderno, né?

Agora vamos para a fase Clapton!

"Hey, groupies: I made it twice!"

"Hey, groupies: I made it twice!"

Clapton era tão apaixonado que duas de suas músicas mais lindas são para Pattie. Chique demais. Layla de 1970 foi feita enquanto ela ainda era casada com Harrison, que audácia, tipo "não vê que estou implorando de joelhos?” Eitaaaa… Bom, a princípio a inspiração foi um poema do persa Nizami Ganjavi sobre uma história dita real que aconteceu no século 7 nas Arábias: um rapaz ficou tão apaixonado que enlouqueceu e não pode casar com a tal Layla. Provavelmente Clapton se identificou…
A versão que vocês devem mais amar, se vocês forem iguais a todo mundo, é a acústica de 1992, certo? Ei-la:

Em 1977, ano da separação de Harrison e Boyd, Clapton lançaria Wonderful Tonight - sua segunda homenagem. Na prática eles já eram um casal mesmo. O título da biografia que Boyd lançaria em 2007 seria Wonderful Today, em referência a esse título.

Bom, eu só acho engraçado que depois que casaram, Clapton se sentiu confortável e acomodado o bastante para não fazer mais música alguma! A separação veio em 1989. No fim, o casamento dela com Harrison durou um ano a mais!

Agora tenho dois pontos exóticos dessa história para contar. O primeiro é que o livro Here Comes the Sun sobre George Harrison, escrito por Joshua M. Greene e lançado no Brasil pela editora Relighare, conta que na verdade George fez Something para… Krishna. É sério. E que ele teria dito que não colocou "ele” e sim "ela” para não parecer gay.
Me poupe. Achei essa fanfic 2/10, sério. Mas OK, ouve aí uma vez pensando nisso para ver se faz sentido no seu mundo. No meu não faz!

O outro ponto exótico aparece na figura de Jenny Boyd, a maravilhosa irmã de Pattie. Foi ela que George e Pattie visitaram quando deram uma chegada em São Francisco para conhecer o bairro dos doidões Haight-Ashbury.
Sabe com quem Jenny era casada? Mick Fleetwood. Ele mesmo. Um dos fundadores do Fleetwood Mac.
Mick não fazia parte dos dois duos-problemas da banda: Christine e John McVie e Stevie Nicks e Lindsey Buckingham. Mas teve sua cota de escândalo digno de tablóide. É que Jenny o traiu com Bob Weston, guitarrista do Fleetwood Mac entre 1972 e 1973. Ele se separou dela, mas ao que tudo indica Mick também não era exatamente um santo. Bem ao contrário: era um mulherengo. Entre 1977 e 1978 ele voltou com Jenny Boyd. E sabe com quem ele também estava saindo nesse meio tempo? Stevie Nicks. Risos!

Jenny Boyd com Lucy Fleetwood no colo e Stevie Nicks

Jenny Boyd com Lucy Fleetwood no colo e Stevie Nicks

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Casos de família

Jenny com Mick Fleetwood e as duas filhas, Amy e Lucy

Para terminar, voltemos a Pattie contando sua própria história enquanto eu preparo um outro post que vai ser quente: antes de Taylor Swift, houve outra mulher que adorava gravar músicas sobre seus relacionamentos… Aguarde!

Evinha vai voltar e você devia ouvir

É aquilo, né: a gente sempre faz esse tipo de post de "10 discos que me fizeram ser quem sou hoje” e aí percebe "putz, esqueci aquele".

Eu, no caso, esqueci desse:

Evinha é dona de uma das vozes mais maravilhosas e mais injustiçadas da MPB. Ela era integrante do Trio Esperança com os irmãos Mario e Regina - aquele mesmo, do Replay (O Meu Time é a Alegria da Cidade). Acho essa música chiquérrima!

Claro que você conhece.

Bom, Eva saiu do grupo em 1968. Em 1969, ela participaria do 4º Festival Internacional da Canção com Cantiga por Luciana, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós. Ganhou.

Aí no mesmo ano sairia o Eva 2001, com o outro grande sucesso Casaco Marron (Bye Bye Ceci) e Teletema. Acho as duas fofas.

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E essa capa?!

O futuro era negativo

Só que algo aconteceu entre 1969 e 1970 e ela… eletrizou. Sei lá! Olha essa versão de Something do George Harrison:

Depois, em 1971, ainda saía Cartão Postal:

E em 1973 era o ano do disco que eu coloquei lá em cima, o meu preferido! Letras maravilhosas, interpretações finérrimas, instrumental chique, amo tudo - e tem Ben, imagina? Em português! Delícia! Fora outras coisas preciosas como Não vá ficar debaixo das rodas de Sidney Matos e Augusto Magalhães: "Não mergulhe seu rosto nas sarjetas / o que é mais fácil que você pensa" e O que é que eu estou fazendo na rua? do trio Sá, Rodrix & Guarabyra: “O que é que eu estou fazendo na rua / com essas pessoas que mal me conhecem / o que é que eu estou fazendo na rua / olhando letreiros de lojas que já se apagaram?" RELATABLE.

Bom, em 2016 Evinha lançou com Gérard Gambus (que eu entendi que é o seu marido) o disco Uma Voz, Um Piano. Ela tinha ido para Paris nesse meio tempo (afff, tadinha, aguentar aquela cidade chata e suja) e morou lá. Gosto dele mas acho que ficaria ainda melhor se fosse um instrumental mais completão, big band. O importante: Eva continua com a voz absolutamente incrível. Como pode? E o repertório continua cheio de coisas preciosas como Lição de Amor de ninguém menos que Dalto e Fernando Brant, que dupla! "Combinamos muito além de nós / a vida, a estrada / cada um se vai com o que ganhou e guardou / pois tudo valeu mesmo não sendo eterno / foi uma lição de amor.”

A melhor última notícia é que Evinha está gravando um disco só com músicas de Guilherme Arantes com o mesmo Gérard Gambus! Vai ter Cuide-se Bem, vai ter Brincar de Viver, vai ter Deixa Chover, vai ter Um dia, um adeus, vai ter Amanhã - a música que já me fez chorar umas 5 vezes! E com a voz da Evinha, que benção!

Amigos, prestigiem o que é bom. Ouçam mais Evinha.
E que esse disco saia logo!

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ATUALIZAÇÃO 25/10/2019: SAIIIIIUUUU!!!

Gostei bastante, em especial de músicas mais desconhecidas de Guilherme Arantes como A Cidade e a Neblina. Mas Evinha também arrasa em Pedacinhos e outras! Ai, que amor de disco!