Existe licenciamento tosco - e existe a linha do Jotalhão para a Tok&Stok <3

Não consegui resistir, me derreti inteirinho.
Olha isso aquiiiii:

Sim, mais uma vez ela: a nostalgia. Para quem não reconheceu porque talvez não tenha idade ou refs adultas de prateleiras de supermercado, o extrato de tomate Elefante existe desde os anos 1940. Ele originalmente era da Cica e trazia um desenho mais realista de elefante na embalagem porque, dizem, o filho do fundador da empresa Rodolfo "Rudi" Bonfiglioli era caçador de elefante - eu, hein! O Jotalhão, por sua vez, foi criado pelo Maurício de Souza para uma campanha do Jornal do Brasil (acho que por isso o Jota) que acabou não indo para frente. Aí rolou esse casamento do Jotalhão com o extrato de tomate um tempo depois, em 1979.

Ainda hoje (em embalagem mais moderna) o extrato de tomate com a imagem do Jotalhão é vendido, agora produzido pela Cargill.

extrato-de-tomate.png

Preferia a embalagem original

Mas é uma graça mesmo assim, né? Eu não resistiria

Essa história do licenciamento com a Cica é contada pelo próprio Maurício na sua autobiografia Maurício: A História que Não Está no Gibi. Claro que é a versão dele, bem oficialesca, mas o desenhista diz que no começo o acordo não tinha participação de venda e o produto estourou. Eu não era nascido, mas consultei os universitários (ou seja, minha irmã Ana Flavia) e esse copinho da propaganda acima virou febre, todo mundo tinha. Com um volume de vendas bem maior, hoje deve ter existir um outro acordo entre Maurício e empresa, né? Eu não cobraria pouco da Cargill, não… E dá para reparar na clássica assinatura dele na embalagem, de lado.

Acho tacada de mestre essa coleção de homewear da Tok&Stok mirar na memória afetiva: o extrato continua sendo um sucesso, mesmo com embalagem renovada, e tem um super recall. Você bate o olho no pratinho e pensa “o extrato de tomate do elefanteeee!". Muito amor. E acho que a indústria alimentícia tá comendo bola: podia lançar um monte de legume enlatado com o resto da Turma da Mata.

Um detalhe: onde a gente via o logo da Cica agora aparece uma data: 1969 é o ano de criação do Jotalhão para a tal campanha do Jornal do Brasil.

Quem quiser comprar a linha do Jotalhão tem no site da Tok&Stok.
E o extrato tem no supermercado mais próximo kkkk

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O smartphone do irmão do Pablo Escobar (e sua propaganda sexista)

Diz aí, tem título mais chamativo que esse hoje?
(Talvez tenha)
Para quem não sabe, o irmão do traficante Pablo Escobar, Roberto Escobar, lançou um celular nesse mês. É o Escobar Fold 1, que vem com - olha o choque - o logo de Pablo Escobar em si!

Tem cheiro de fake news mas É REAL

Tem cheiro de fake news mas É REAL

E sim, ele é um smartphone dobrável. E muito mais barato que os celulares desse tipo lançados anteriormente: o preço do Royole FlexPai, que vem a ser extremamente parecido com o Escobar Fold 1, é cerca de US$ 1.320. O Escobar Fold 1 em si sai por cerca de US$ 350. Quase mil dólares a menos!

Bom, não existe celular mais masculinidade tóxica no momento. Dourado como um medalhão pendurado no meio do peito cabeludo e com o logo do que já foi um grande cartel de drogas, fica claro o público para o qual o produto está dirigido. Mas caso não tenha ficado claro, bem, a propaganda o fará:

Victoria's Secret, vem aqui buscar a sua vergonha!

Sim, pois a marca de lingerie Victoria's Secret tratou de cancelar seus desfiles anuais depois de tantos cancelamentos que sofreu, mas os celulares Escobar, bem, esses seguem firmes querendo conquistar os homens heterossexuais pelo pinto pois NÃO É POSSÍVEL.

Tudo sempre pode piorar se você vê OS OUTROS VÍDEOS.

Não é possível, né?

Eu fico quase sem ar de tanta exasperação!

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Já que vai comprar, compra direito!

Se for para comprar, ao menos que seja num lugar gostoso com marcas que se preocupam com processos mais sustentáveis, com práticas de responsabilidade social... com propósito. Né? Tem alguns endereços bacanas de multimarcas que separei em SP para você aproveitar - compras de Natal chegando, etc e tal. Neles, a oferta é bem variada e com certeza você pode ticar vários presenteados da sua lista. Daquele tipo de lugar que é difícil sair de mão abanando! Confere comigo!

Casa Reviva na r. Simão Álvares, 986, Vila Madalena

A Casa Reviva é na verdade mais um local de encontro do que uma loja. Tem café, tem quitutes, tem almoço em certos dias da semana, tem cervejinha. Mas o mais legal é a sua proposta, conectada à ONG de mesmo nome: o lucro gera água potável e educação para comunidades carentes de Moçambique e Gramacho em Duque de Caxias, no RJ. Tem roupa com tecido moçambicano, tem roupas e acessórios de outras marcas, tem objetos, tem produtos de beleza. A loja é bem grandona, dá para perder bastante tempo ali vendo tudo. E o fato de ser na Vila Madalena combina bastante com ela! Sim, tem um ar meio hippie-hipster. Adorei, principalmente a parte de comidinhas - tem umas coisas para levar para casa. E as roupas feitas de capulana, que eu adoro!

Grama Sabonetes na r. Pelágio Lobo, 10, Perdizes

Indicação da minha amiga Renata Kalil, rainha da beleza vegana: uma casa cheia de cruelty free em forma de produtos de beleza, de maquiagem a skincare e… desodorantes!!! Claro que arrasei e comprei logo dois (para quem não sabe, vivo a procura de desodorantes sem alumínio e já fiz dois posts sobre isso, aqui e aqui). São várias marcas bacanas juntas, e também tem livros e utensílios tipo pincel, potinho de cerâmica, almofadinha de crochê para substituir algodão descartável e até produtos de limpeza, como detergente lava-louça. Curti demais, obrigado pela dica e volta logo, Rê!!!
(Aliás, aproveito para dizer que aqui em casa estamos usando YVY, produtos de limpeza que tem princípios naturais biodegradáveis e funciona de um jeito bem prático, com refil em forma de cápsula mais água limpa! Gostamos, especialmente o multiuso! O detergente, como a gente come bastante coisa engordurada, ainda precisa ser mais potente, mas o resto é bem legal - procure saber e faça um teste para descobrir o que funciona para você! Isso não é um publipost, então acredita que estou sugerindo usar porque curti, mesmo! kkkkk)

Bemglô na r. Oscar Freire, 1105, Jardins

O fato da loja ser da Gloria Pires é só um detalhe: o espaço físico da Bemglô fica na Oscar Freire, onde antes era a saudosa Maria Garcia, e é uma delícia. A Betty Prado, ex-modelo incrível e um dos nomes por trás da iniciativa além de Gloria e do marido da atriz Orlando de Morais, contou pra mim que a escolha da Oscar Freire foi proposital: “A gente podia ter ido para a Vila Madalena, por exemplo, mas o legal é estar aqui e propor esse tipo de consumo para a cliente daqui". Fui na loja um dia desses, quando estava rolando o lançamento da parceria com a Casa de Criadores. O evento agora tem uma arara no local na qual seus estilistas independentes vão se revezar. Bem legal, né? A Bemglô ainda conta com o café da Catarina Coffee & Love na parte de trás da loja. Delícia! O ambiente é interessante, com luz indireta natural e restos da obra que trazem um charme - procure a escada, os metais… Adorei conhecer, uma iniciativa daquelas que te encantam.

Seria injusto se não falasse novamente de alguns outros endereços que já passaram por aqui, por mais que seja por cima, como:
. O Galpão Jardim Secreto, que está no post sobre a Major Sertório
. A Supergrama, que não tem tanto esse viés de sustentabilidade das outras mas é uma das minhas preferidas em SP atualmente e vale a pena visitar - está no post sobre as lojas da Cônego Eugênio Leite

E você, qual é a sua loja preferida de SP no momento? Me conta!

Almocinho da Casa Reviva - nham! Quero ir!

Almocinho da Casa Reviva - nham! Quero ir!

Não é só aqui: Os conservadores querem ser hipsters?!

Er…

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A fonte Comic Sans foi criada por Vincent Connare e lançada no mercado pela Microsoft em 1994. De lá para cá, se transformou de uma fonte simpática para motivo de riso: como ela era bastante popular (afinal, estava no pacote Office de qualquer Windows de qualquer PC que cruzasse o seu caminho), virava a fonte escolhida para a capa do trabalho da escola, para o cartazinho maroto que o RH pendurava no escritório, para aqueles avisos para a comunidade no hospital, igreja, refeitório, you name it.
O uso se tornou tão banal que virou meme. Designers e pessoas ligadas no assunto começaram a ficar realmente bravas com a falta de noção em se usar uma fonte tão infantil para coisas que não eram voltadas, bem, para crianças, certo?

Daí entendeu-se que o uso da Comic Sans poderia chegar a um aspecto… cômico. As pessoas começaram a usá-la em contexto irônico. Aquele jeitinho hipster deu um jeitinho de ver as coisas de forma mais leve, tirando um sarro. E as pessoas passaram a achar tão ruim que virou cool - é como a piada que é tão ruim que fica mais engraçada ou a camiseta de campanha política que é tão péssima que fica fashion. Alô, Gvasalia, é com você mesmo que eu tô falando!
Tipo isso aqui:

Péssimo, portanto… maravilhoso.

E aí vem os tories, os conservadores da política britânica, mijar na nossa Comic Sans!
Eles fizeram de propósito, para virar assunto?
Eles se apropriaram para adquirir essa aura cool?
Eles são sem noção, mesmo?

Demorou para aparecer isso:

A verdade é que os tories tem dinheiro para contratar um bom designer.
Então, receio que… é de propósito sim.

Malditos!

As capas de disco de Andy Warhol

Falei de capas de disco faz um tempinho - mais especificamente nas ilustrações clássicas de Elifas Andreato para a MPB.
É interessante refletir sobre essa questão das capas - hoje, numa época em que CD está sendo superado, o suporte para a arte gráfica é um thumb no celular. Esse é o assunto desse episódio do Popcast, o podcast sobre universo pop do New York Times:

São bem interessantes as reflexões que o apresentador Jon Caramanica e o convidado Teddy Blanks fazem. Incluem a transição de capas antes pensadas para a mídia vinil, grandes, para o formato de CD, pequeno; e ainda para Spotify, Apple Music e congêneres depois, menor ainda. Essa arte, uma porta de entrada, ainda é necessária? Ela não poderia ter outro formato? Quais capas funcionam em todos esses tamanhos? E no que o designer precisa pensar em cada um dos casos (ou em todos)?
Eles usam muito como exemplo a capa do álbum novo de Young Thug, o So Much Fun.

so-much-fun-young-thug.jpg

Essa aqui!

São diversos Young Thugs formando a imagem maior do Young Thug

Lembrando que a venda de vinil pode ultrapassar a venda de CDs em 2019 - coisa que não acontece desde 1986! A notícia é da Rolling Stone. Mudanças no trabalho de designer à vista novamente?

Refletindo sobre isso e também pensando nas minhas capas de vinil preferidas, cheguei à conclusão que algumas das minhas preferidas são assinadas por ninguém menos que Andy Warhol. A peça-chave da pop art fazia comentários sobre a reprodução de imagens e a estética do capitalismo, porém eles não eram necessariamente críticas negativas. Aliás, pelo contrário: parecia haver um encantamento em Warhol pela fama, pela reprodutividade do seu próprio trabalho, pelo comércio e indústria. Vou mostrar aqui algumas das capas que ele criou e que gosto. Vamos a elas:

#1: Sticky Fingers (1971) - The Rolling Stones

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O zíper era funcional, mas uma vez usado, já era - coisa que fez com que as edições nas quais o zíper ainda não está para baixo sejam caríssimas no mercado de revenda. Dizem que a ideia foi apresentada por Warhol para Mick Jagger numa festa em 1969 e na verdade Craig Braun é quem teve que colocar a mão na massa para fazer a coisa ficar funcional. Por baixo, tem uma cueca (é, não se anime); e o modelo não foi Jagger como muita gente pensa (é, não se anime parte 2). Ninguém tem certeza de quem é esse modelo, na verdade - pode ser Joe Dallesandro, um dos musos de Warhol… ou não. Risos.
Uma outra curiosidade é que foi nesse álbum que também estreou o famoso logo da língua dos Rolling Stones - criado por John Pasche e guardado no layout de dentro da capa.
Braun também seria o hands on de outra capa com conceito de Warhol. Essa aqui…

#2: The Velvet Underground & Nico (1967) - The Velvet Underground

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A gente nem sempre pensa nisso, mas esse álbum é algo completamente exótico se você refletir. Ele veio em 1967, antes de maio de 1968 (!), de Abbey Road dos Beatles (!!), e um pouco depois do começo do futurismo na alta-costura com André Courrèges, Paco Rabanne e Pierre Cardin. Warhol era muito moderno - costumamos juntar tudo no mesmo balaio dos anos 1960 esquecendo que uma década tem 10 anos e várias das obras mais importantes dele, que refletiam a sociedade consumista com uma estética muito característica e depois influente, são do começo dessa década! E o Velvet Underground, banda intimamente ligada a Warhol, também era muito moderno: na música, no look, na atitude. Modernos até hoje. Uma loucura.
Isso tudo para dizer que esse álbum da banana é a culminação tanto da estética de Warhol que já existia quanto do clima vanguardista do Velvet Underground. E o toque de uma fonte cursiva funcionando como uma assinatura de uma obra de um artista é tudo. Como se fosse mais importante o nome dele que o da banda, inexistente aqui. Que tal?

#3: Menlove Ave (1986) - John Lennon

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O segundo álbum póstumo de Lennon, produzido sob a supervisão da viúva Yoko Ono. Dizem que Warhol na verdade fez essa ilustração em 1980, meses antes da morte de Lennon. Yoko deu esse nome ao álbum em referência ao endereço da infância do artista, a Menlove Avenue em Liverpool, porque as músicas, para ela, remetem ao som dos primórdios do rock 'n’ roll que ele ouvia nessa época.

#4: Querelle - Ein Pakt Mit Dem Teufel (1982) - Peer Raben

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Acho linda: o destaque da língua vermelha na capa da trilha sonora do clássico homoerótico do cineasta Rainer Werner Fassbinder inspirado na obra de Jean Genet é supermoderno. Mas o casal da capa, na minha humilde opinião, é claramente mais jovem que os retratados no longa. Não consegui achar informações a respeito dela na internet, mas desde que a vi, sempre achei belíssima.

#5: The Academy in Peril (1972) - John Cale

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Ao que tudo indica isso foi uma troca de gentilezas: Cale deixou Warhol usar a música Days of Steam no seu filme Heat (1972), e Warhol em troca criou essa capa. Gosto muito da ideia, que tinha profundidade também: todas essas janelinhas dos "slides”são vazadas, e as imagens fotográficas foram impressas na capa de trás.

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Cale era integrante do Velvet Underground. Andy Warhol nunca fez uma capa de álbum para Lou Reed.

#6: Reading From the Glass Menagerie, The Yellow Book and Five Poems (1960) - Tennessee Williams

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O que adoro nessa capa é que, junto com as ilustrações do Andy Warhol, acompanha a caligrafia de ninguém menos que a mãe dele, Julia Warhola. Acho o resultado, junto com essa cartela do degradê, muito delicado. Apesar dessa ilustração só ter saído em edição de 1960, a gravação do dramaturgo Williams foi feita em 1953. Especula-se que os desenhos são de 1957. Warhol também desenhou um unicórnio muito parecido para uma campanha de 1957 da estilista Schiaparelli.

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Warhol e Williams eram meio que do mesmo rolê. O dramaturgo também era amigo próximo de Truman Capote.

#7: The Smiths (1984) - The Smiths

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O álbum homônimo da banda de Morrissey e Johnny Marr na verdade é um caso a parte porque não se trata de um design assinado por Andy Warhol. É uma imagem retirada de um recorte de um still do filme Flesh (1968), produção do artista dirigida por Paul Morrissey (sem parentesco com o cantor), que trazia o muso Joe Dallesandro (olha ele aí de novo) como um recém-casado que vira michê para pagar o aborto da namorada da sua mulher. Pode reler a frase, mas é isso mesmo que você entendeu. O torso nu da foto é do próprio Dallesandro.
As capas do The Smiths que viriam posteriormente também trabalhariam nesse esquema de reapropriação. Artistas clássicos, recortes de fotos pré-existentes (às vezes com um olhar homoerótico). Candy Darling, outra musa de Warhol, apareceria na capa do single de Sheila Take a Bow (1987) retirada de um still de outro filme, Women in Revolt (1971).

Hey, Candy!

Hey, Candy!

#8: This is John Wallowitch (1964) - John Wallowitch

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São 56 fotos daquelas cabines fotográficas de 3x4 que formam a capa desse álbum que é considerado um dos mais raros entre os que possuem design de Andy Warhol. Esse tema da repetição é bem típica do trabalho de Warhol. Acho chique a gravatinha fina, o recorte bem na altura da boca escondendo o rosto transformando o músico em anônimo… Mas, confesso, nunca ouvi John Wallowitch.

#9: Made in Spain (1983) - Miguel Bosé

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Acima você vê a capa do CD aberta mas a do vinil também segue o mesmo esquema - retratos de Bosé postos lado a lado naquele traço característico de Andy Warhol misturando foto e traços à mão. Mas então porque gosto mais desse que o da Diana Ross ou o da Aretha Franklin, que também já lançaram capas com desenhos de Warhol? Porque gosto da combinação de cores com fundo branco, esse fluo bem oitentista, e da ideia da repetição em si, de vários intérpretes em um no caso de um músico.
Bosé pensou em convidar Warhol porque esse álbum tomaria uma direção mais pop em sua carreira. Aí chamou o papa da pop art, mas sem muita expectativa. Para sua surpresa, ele aceitou o job de primeira.

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Warhol tirando fotos de Bosé no processo de criação da capa

Ele também dirigiu o clipe de Fuego, single do álbum. Confira abaixo!

#10: French Kissin (1986) - Debbie Harry

Frente e verso. Em 1986, Debbie já conhecia Andy Warhol. O Blondie já tinha estourado, ela já tinha sido fotografada nas famosas polaróides do artista. Era NY na virada dos anos 1970 para 1980, então todo mundo dessa turma se conhecia. E aí Debbie estava lançando seu segundo álbum solo, Rockbird. A capa é bem parecida com essa aí de cima e foi criada por Stephen Sprouse, outro artista da cena novaiorquina da época (aquele que depois fez parceria com a Louis Vuitton nas bolsas com essa mesma letra de cara grafitada, lembra?). O fundo é uma pintura de Warhol (um camuflado) e a foto é da dupla que assina Guzman (Connie Hansen e Russell Peacock). No verso do álbum, essa mesma ideia da capa invertida com o escrito ao contrário, espelhado. Escolhi o single French Kissin porque acho mais warholiano esse P&B, mas… essa também não é exatamente uma capa de Andy Warhol. Tem muito dele, é inegável. Agora, a melhor versão seria uma que foi descartada…

Aí sim, hein? Clique da mesma sessão de fotos da dupla Guzman

Aí sim, hein? Clique da mesma sessão de fotos da dupla Guzman

BÔNUS: Debbie canta numa cama com lençol camuflado by Warhol (finaaaa) no clipe de French Kissin. Amei. Mas odeio camuflado. Afffff.