Wakabara

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Diplo no Billboard Music Awards

Fonte da foto: o site do E!

A febre country de 36º e um spoiler: não chego em conclusão alguma

May 05, 2019 by Jorge Wakabara in moda, música, celeb

O Diplo apareceu com esse look no tapete vermelho e eu fiquei logo afoito: “é o country voltando, só pode ser!” Ele inclusive lançou seu novo projeto country faz pouco tempo, o Thomas Wesley. Você ouviu a música, So Long? É tipo um pop com influência country. E o Diplo, afinal, sabe das coisas - ele é moderno, ele é cool, né não? Esse é um exemplo de como um jornalista afoito funciona.

Muito que bem. Não foi só o Diplo. Pensei nesse novo country faz um tempo. A Kacey Musgraves tem feito cada vez mais sucesso (gosto dela desde Follow your Arrow de 2013, uma música bonitinha simpatizante LGBT de autoaceitação, mas foi com o último álbum Golden Hour que ela ganhou um Grammy em 2019). E tem outra artista foda em especial, a Yola, que também está no meu radar. Ela lançou seu primeiro disco faz pouco tempo e possui uma história instigante: já fez backing vocal pro Massive Attack mas gosta mesmo é do country dos anos 1960-70. Detalhe: ela nasceu em 1984 em Bristol, Inglaterra, mas só foi lançar disco nesse ano. Uma inglesa lançando um disco de… country-soul? Outro detalhe: ela é negra, e costumeiramente o ambiente do country pode ser muito racista e misógino.
Esse artigo sobre a Yola do The Guardian é bem bom!

Mais um detalhe: esse disco da Yola é MARA - recomendo fortemente.

Porém algo nesse timing não bate. Lady Gaga teve sua fase Joanne que já passou (dá pra dizer que Shallow é meio country sim, mas o próximo álbum da artista, já em produção, deve ser bem diferente). Miley Cyrus teve sua volta ao country com Younger Now - e depois disso já lançou música com Mark Ronson, a Nothing Breaks Like a Heart, que parece um… disco-country?

E se existiram referências ao country na moda (porque sim, existiram), elas não necessariamente pegaram. Temporada passada do SPFW, por exemplo, a gente viu bota de caubói na Bobstore e até na Gloria Coelho. Na rua? Por enquanto nada.

SPFW N46, Gloria Coelho - e a bota! Fonte da foto: Zé Takahashi/Fotosite/FFW

SPFW N46, Gloria Coelho - e a bota! Fonte da foto: Zé Takahashi/Fotosite/FFW

E aí? Isso é uma tendência ou apenas uma proposta que foi sugerida mas ainda não colou? O jornalista pode acabar apontando uma “febre” sendo que o termômetro não subiu… (o jornalista, no caso, eu mesmo)

O que consigo refletir sobre essas coisinhas:
. O country é uma resposta (no caso positiva) à turma que votou no Trump, que é conservadora? A gente costuma ligar esse estilo a algo conservador - ligado à terra, pecuária, agronegócio, fazendonas e o escambau. Mas quem aderiu - Miley, Gaga, Diplo - não me parece alinhado a esse tipo de pensamento. Então o quê? E é importante ressaltar as primeiras coleções de Raf Simons pra Calvin Klein, que tinham esse espírito country americano nos looks camisa + calça. Raf não é bobo, estava refletindo sobre coisas importantes a respeito dos EUA e sem dúvida não estava apoiando uma ala conservadora ao fazer esses comentários em forma de desfiles.
. Se a gente fizer o mesmo exercício com, digamos, outro estilo musical, o que acontece? O reggae, por exemplo, com rumores de que Rihanna vai explorar o gênero no próximo álbum; com Pitty (!) se jogando nele em música nova. A Triya está com uma coleção à Jamaica nas lojas. Ou mesmo a disco music: de Gal Costa a Miley com Mark Ronson; passando por coleções na última temporada de Tommy Hilfiger (com Zendaya) e Michael Kors. Tudo é tendência? Ou a proposta é ser cada dia uma coisa? Isso na verdade me cheira a desespero das marcas por relevância e, no caso de artistas, experimentações pra expansão do universo criativo.
. Não gosto de country em sua totalidade. Mas estou adorando Yola. Um dos meus looks preferidos do mundo era o da minha amiga Bia Bonduki quando ela usava uma botinha de caubói com vestido. Já frequentei boate de música country na minha adolescência (!!!). E às vezes me pego cantarolando Standing Outside the Fire de Garth Brooks - que não tem no Spotify, um absurdo!

Na receita médica: paracetaloka em gotas. Tendências, faz um tempo, correm em paralelo. Mas o que o povo realmente quer? No Brasil, me parece que é country mesmo, mais especificamente o neosertanejo, se levarmos em consideração as paradas de sucesso. Mas esse neosertanejo usa roupas à Kim Kardashian (vide Simaria), usa roupa de roqueiro, e raramente rola um chapeuzinho aqui e acolá…

Foto de Simone e Simaria - Fonte site Planeta Country

Foto de Simone e Simaria - Fonte site Planeta Country

May 05, 2019 /Jorge Wakabara
country, Diplo, sertanejo, Yola, Kacey Musgraves, Gloria Coelho, bota de caubói
moda, música, celeb
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Posso gravar?

Let’s talk.

Uma das coisas que eu mais amo fazer é entrevistar

May 02, 2019 by Jorge Wakabara in moda, celeb, portfólio

Aqui tem várias entrevistas que já fiz em vidas passadas para você conferirem:

João Pimenta em 2010, quando ele se preparava para entrar no line-up do SPFW
Fui pro Mercado Mundo Mix no começo dos anos 90, e só vendia minissaia. Como eu de repente tinha liberdade, exerci totalmente isso – fazia minissaia de seringa, de prego, tinha uma de pornografia com as fotos aplicadas, tinha uma de luzinha de Natal.

Jean-Charles de Castelbajac em 2017, quando ele veio pro Shopping Cidade Jardim e me contou sobre como fez uma roupa… pro papa!
Primeiro a intuição, depois o conceito e aí sempre penso na imagem final. E o bispo me disse, depois de eu apresentar o projeto, algo genial: “Jean-Charles, não existe copyright sobre o arco-íris, ele pertence a todos”. É um link entre todos, entre pobres e ricos, entre negros e brancos, entre pessoas que possuem diferentes pontos de vista. É universal. Me deixa até arrepiado.

Meche Correa em 2017, quando fui ao Peru a convite do governo
Tenho uma carreira de quase 25 anos, e quando comecei os peruanos não gostavam do que era nosso. Depreciávamos, não entendíamos como a nossa cultura é impressionante. O motivo provavelmente era a fase ruim de 20 anos do país, com governos e políticas que não estimulavam a esperança. Todo mundo queria ir embora do Peru! Hoje tudo mudou, graças a Deus a gente sabe que tem um país maravilhoso, que sempre foi assim. Desde o começo percebi que tínhamos uma fonte de inspiração, uma cultura milenar como poucas no mundo, algo indescritível. Decidi seguir esse caminho desafiando as opiniões alheias, de que algo inspirado no Peru estaria destinado ao fracasso. 


Sky Ferreira em 2011, quando ela veio ao Brasil a convite da Calvin Klein
Vou pro Rio amanhã [23/11], e tô bem empolgada… Vou ficar 4 dias. Quero ir pra praia, faz uns 2 anos que não vou! Em LA costumava viver na praia e na piscina, mas em NY… não tem piscina em lugar algum. [Risos] Vou parecer um fantasma na praia, tão pálida! E quero ver o Jesus Grande!

Tim Blanks em 2018, com ele tomando várias taças de vinho no Shopping JK Iguatemi
Vivemos na moda, achamos que é um mundo tão grande e importante, mas é uma bolha. Se eu falar com meu irmão na Nova Zelândia e falar “Giorgio Armani“, ele responde “perfume”; “Gianni Versace“, “assassinato”; “Tom Ford“, “nunca ouvi falar”. A ignorância do mundo real sobre a moda nunca deixa de me abismar. Mas existe mais consciência, definitivamente; a internet criou uma espécie de star system de celebridades. Porém, fundamentalmente, o melhor da moda ainda são pessoas incrivelmente criativas, que apreciam esse meio e se expressam por ele. Toda coleção de um estilista é um capítulo em sua autobiografia, e é assim que respondo a elas, não de uma maneira intelectual, mas de maneira… talvez literária.


Li Edelkoort em 2016, uma das várias vezes em que ela veio para o Brasil
Não acho que existe um aumento na velocidade da moda. Acho que a moda é a mesma há 20 anos. Ela não está se movendo, a gente finge que ela muda mas na verdade são as mesmas coisas repensadas de novo e de novo. Estamos comprando as mesmas roupas, os mesmos sapatos.

Suzy Menkes em 2016, quando ela veio para o mesmo evento em que a Li estava, o Fio da Meada no Iguatemi
A ideia dos blogs em geral tem sido muito boa pra moda. Aproxima as pessoas, gera comentários. E vamos perceber o óbvio: no mundo digital, você não pode continuar a enxergar as coisas do jeito que eram antes. Mesmo em 2013. O mundo mudou. Se você não entende isso… Escrevo faz muitos anos, escrevi por quase 25 anos no “International Herald Tribune”, que era impresso, e agora estou na “Vogue” como editora internacional escrevendo online pra 19 “Vogues” de diferentes países. A Condé Nast está lançando a “Vogue” Arábia, então vão ser 20 ao redor do mundo! Sem a internet eu não seria capaz de fazer isso, portanto… sou uma blogueira.

Camila Coutinho em 2013, uma entrevista que depois foi citada no livro dela
Desde o início investi muito na diagramação dos posts, nas imagens. Sempre comprei muita revista importada pra me inspirar, aprendi Photoshop desde o começo e gosto de fazer montagens com as imagens. Além disso, tento dar um 360º, do superluxo de Paris ao fast-fashion, e tudo de maneira bem-humorada e simples.

No maravilhoso Baiacu, projeto do qual fiz parte com meus amigos Mariana Tavares e Raul Andreucci, tive a oportunidade de entrevistar pessoas incríveis como Renata Bastos e Naruna Costa.

E deve ter muita entrevista legal que fiz na época do Chic mas o arquivo do site não está mais no ar!

Será que eu faço umas entrevistas boas por aqui também? Veremos…

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<3 Sky Ferreira clicada por mim

May 02, 2019 /Jorge Wakabara
João Pimenta, Jean-Charles de Castelbajac, Meche Correa, Sky Ferreira, Tim Blanks, Li Edelkoort, Suzy Menkes, Camila Coutinho, Renata Bastos, Naruna Costa
moda, celeb, portfólio
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Pra quem ficou curioso:

Essa sandália da Beyoncé é Saint Laurent

A sandália da Beyoncé NÃO é o retrato do mundo atual

May 02, 2019 by Jorge Wakabara in moda, música, celeb

Foi por volta de 2006? Ou 2007? Não me lembro exatamente o ano, não me lembro exatamente com quem, mas uma colega minha questionou no meio de uma redação de jornalismo de moda a respeito da importância da sandália da Beyoncé. Por que aquilo precisava ser noticiado?

Ela podia ser Jimmy Choo, Manolo Blahnik ou Alexandre Birman; ela devia ser meia pata porque isso que estava fazendo sucesso na época… Pouco importa, era apenas uma sandália. Mas a resposta que a minha colega recebeu foi: “A sandália da Beyoncé é o retrato do mundo atual”.

É sério. Isso foi dito para uma amiga minha.

Hoje essa redação na qual isso foi dito nem existe mais. E o retrato do mundo já não era aquela sandália desde aquela época. Nunca foi.

De lá para cá escrevi muita nota sobre a sandália da Beyoncé, sobre a bolsa da Lady Gaga, sobre o vestido da Anitta - que era Riachuelo pra Versace mas ela disse que era Versace, lembra?

A sandália da Beyoncé na época talvez fizesse diferença nas vendas da marca da sandália da Beyoncé, só que hoje existem pouquíssimos sites que falam as marcas da sandália, da bolsa e do vestido que as famosas usam. Pode procurar: WWD dá mais ou menos, com bastante preguiça, a Harper’s Bazaar americana nunca dá, a Vogue dá de vez em quando. Para quem (ainda) se interessa, geralmente o Just Jared e o Red Carpet Fashion Awards são as melhores fontes no caso de tapetes vermelhos; e no Instagram você também encontra perfis que se dedicam a dizer que aquele vestido vaporoso daquela atriz que era estrela da Disney é Giambattista Valli e não Moschino.
Claro que o fato de quase ninguém mais falar a marca da sandália da Beyoncé significa que o interesse sobre esse assunto caiu - se desse audiência, todo mundo continuava falando.

O importante, e sobre o que eu quero escrever hoje, é da roupa que a Beyoncé usou quando apresentou Formation pela primeira vez no Super Bowl em 2016, um look que remetia a Michael Jackson (pré-Leaving Neverland), e os looks de suas dançarinas, tipo Pantera Negra. O importante é o vestido de carne da Lady Gaga, e o que ela queria dizer com isso, e o que a gente entendeu, e a diferença entre o que ela queria dizer e o que a gente entendeu. O importante é o nipple tassel da Anitta usado no clipe de Bola Rebola e que foi feito pelo projeto Ponto Firme, uma iniciativa do estilista Gustavo Silvestre de capacitação e reinserção de detentos do sistema carcerário brasileiro através do crochê.
E nem me importa se isso também não gera tanto interesse - o importante é que eu, Jorge Wakabara, acho isso bacana. Acho que essas coisas dão boas histórias.

O que importa são as próprias Beyoncé, Lady Gaga e Anitta, em suma - foi nessa conclusão que chegamos numa conversa pelo telefone com a Jana Rosa nessa semana. Quem importa é mais a pessoa e menos o que ela usa - isso é tão óbvio mas às vezes o óbvio precisa ser dito.

Então esse espaço é para falar da Beyoncé, e não da sandália dela.
Sempre amei música e cinema, sempre amei arte e série de TV, livros e… eventualmente sigo gostando de moda (mas da moda independente, principalmente). São esses os assuntos desse site.

Bem vindo!

Uma sandália da Beyoncé

Uma sandália da Beyoncé

Essa é uma sandália da Beyoncé

Uma outra sandália da Beyoncé

Uma outra sandália da Beyoncé

Usada por Beyoncé

E mais outra sandália da Beyoncé - me desculpa mas não sei a marca

E mais outra sandália da Beyoncé - me desculpa mas não sei a marca

Será que era essa a sandália da Beyoncé que era o retrato do mundo?

May 02, 2019 /Jorge Wakabara
Beyoncé Knowles, Lady Gaga, Anitta
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